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Quando eu costumava brincar num horizonte perdido

Não sabia que era dentro de mim que ele estava

E então, quanto mais eu buscava encontrar

Mais entendia que era preciso perder-se

Perder-se numa confusão de caminhos confusos difusos e em fusos

Dentro de mim.

Dentro de mim

Confusão ambulante e errante e contrária

E as perguntas guardadas a sete chaves

E as respostas expostas a livro aberto

E mesmo assim, a dúvida sempre uma companheira encrenqueira

Mas o que seria de mim e do mundo e de tudo sem ela?

Então, fico eu perguntando

O que está em mim, oculto e dentro de mim

Quando vou além das estrelas

Quando eu atinjo Deus e os Céus

Quando ouso criar o impossível

Quando tento retornar ao possível?

A resposta está escondida aqui mesmo

— Também nos Céus onde Deus habita

Mas mais aqui

Esquecida e adormecida num abismo profundo

Onde o medo é ousadia, e a coragem é covardia

Lá onde a noite se tornará dia

Lá onde a única coisa que sei é “não sei”.

E no meio disso

Quando eu, assim de repente, atrever-me a navegar dentro de mim

Lembrarei para sempre apesar do nem sempre:

Que é mais fácil sair de um labirinto

Do que entrar nele profundamente.

Ítalo de Abreu

Ítalo DAbbreu
Enviado por Ítalo DAbbreu em 16/02/2018
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T6255838
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