ABISMOS

Minha poesia tem descido às valas fundas, íngremes, tem conhedido dos arames farpados.
Tem visto trincheiras,esses arames torcidos,  cravos, espinhos, ilusões, campos minados....
Tem virado as esquinas, e tem visitado porões, tem visto procelas, tem visto masmorras...
E não são, ecos dessas metáforas, mas, são símbolos dessas realidades, desses caos,
E minhas próprias sombras desenham os fantasmas, desenham essas tantas hipérboles!
Acendem minhas fogueiras...., e tudo é tão tangível, e não  há que se falar em sofismas...
E não há, que se falar inadivertdamente, nos sonhos que ainda não são borboletas,,,

Falo das  várias imagens num mesmo galpão, multidão, vários espelhos de mesmo filmes.
A assoviar mesmos refrões, sons desenhando várias bocas, e ecos nas mesmas peles...
E toda essa apostasia derruba a fé, e mergulha as imagens, e não abrem as vias do céu!
Daí esses gemidos, e esses ensaios nos meus olhos, daí essas embarcações à deriva...
Por isso os cotovelos, daí as expressões, daí essa analogia, esse zumzum nos ouvidos!
Essas vozes satíricas, esses espelhos, essas esquinas,..,essas imagens, essas caras,
Esses vernizes, que moldam as máscaras, escondem o rosto, moldam a personalidade..

Daí essas construções, e tudo isso são montanhas abruptas dessa massa, desse gelo!
E as vozes sopram os adjetivos, e são essas mesmas montanhas desafiadoras, vorazes.
A esculpir as emoções..., a mapear a pele, a tatuar essas imagens, daí essa mão única,
Esses assomos, daí essas sinaleiras, daí essas pedreiras, esses oceanos, daí essas ilhas,
Esses cantos, esses sons, entupindo meus ouvidos, daí esses invernos, essas algazerras...
Daí esses  apostemas, essa busca desenfreada por religiões, às vezes sem buscar Deus!
Daí esses abismos..., 
Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 16/02/2018
Reeditado em 11/04/2018
Código do texto: T6255249
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