A montanha e a Pia
Da janela da cozinha
Vejo brotar poesia
Vejo uma montanha vazia
Do outro lado, louça na pia
A paradoxal beleza da vida
A busca incessante por sentido
Cessa na estranheza do dia a dia
Já não vejo a beleza
Que um dia via
Houveram dias que ela me engolia
Tão querida maturidade, virá um dia?
Chegando de mansinho, dando bom dia
Desimpedindo a visão ofuscada pela rotina
Deixando livre a criança
a tanto tempo escondida
Em um breve instante
Consigo desvelar
O que está por trás
Dentro e fora, em todo lugar
Mas explicar a beleza, é não contemplar
12/02/18