Matizes
Disse que conhecia sobre pedras e dores,
Ele olhou, e pareceu não acreditar: Pueril!
Perdida entre frases, crases, crises e flores,
No raso parecia um rio sem razão, até senil.
Sem ar, sem chão, poeta de café com pão,
Entre fornadas em cada novo amanhecer;
À noite, dormia sobre versos e imaginação,
Como poderia então, as dores, conhecer?
Foi então que olhou as mãos, as cicatrizes,
O sangue do lado esquerdo, no coração;
Um drama, ou uma tragicomédia, matizes,
Observou, e não tinha mais uma definição...
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