À sombra de um talvez

À “sombra” de um talvez

O conforto de uma vida boa

De uma mente pouco atormentada

Um caminho sem sinal de ciladas

Parece o que leva à lagoa.

Uma viagem feita à toa

Sem motivos, não será aguardada

É uma casa térrea com escadas

A quietude não é uma coisa boa.

Eis o que é um talvez

Acomodar-se com o fluxo natural

É morrer um pouco a cada vez.

É ser nulo no espaço social

Acomodado pelo que o povo fez

É ter destino fatal.

Viver à “sombra” de um talvez

É, sem dúvida, ser apenas mais um

Como se fosse nenhum

Somatizando um extermínio por vez.

Marcel Lopes

06/02/2018