ventos

Há um vento forte

empurrando os humanos

na mesma direção

eu me agarro nos galhos

das árvores e logo as desfolho

eu tento ficar consciente

meus olhos ficam tristes como os de Pierrot

mas me colocam numa

pista de corrida de cavalos

com tapa olhos

cavalos só sabem correr

externando a sua gloria e selvageria

eu tento alçar voos com minh'alma

mas a Alma cheia de gelhas

se congloba a si

e jaz o verso encurtado (...)

epitoma-se em um nada

ai de mim

poeta urbano sem

folhas verdes

sem Serra imensa

sem do de si

sem os teus versos

sem frágua (!)

mas já ficaram tantos

no engano social (!)

eu não (!)

eu não vou me reprimir

pra depois parir dentes no carnaval (!)