As ressurreições da matéria e a morte definitiva do espírito.

O mecanismo que leva a morte é cruel.

Seja qual for o processo.

O sofrimento é igual.

A degeneração da matéria.

Ainda mais para quem for pobre.

Em um país que não tem Estado de Direito.

A pessoa não tem proteção social.

Buscar a deus.

A mais absoluta ilusão.

Deus é apenas um mito criado.

Pela imaginação oportunista humana.

Um subterfugio da cognição deteriorada.

Tudo que a natureza pode produzir foi desse modo.

A existência para exaurir.

O desaparecimento em seu próprio evento.

Como se antes nada fosse.

A nossa inexistência.

Somos exatamente o não ser.

Não existe sentido para a vida.

Qual a finalidade de tudo isso.

Não há finalidade.

O que existem são ideologizações das finalidades.

A vida uma passagem breve, para nunca mais ser.

Não existe céu.

Não há inferno.

Deus uma invenção mentirosa.

A única realidade possível.

A transformação da matéria em pó químico.

O que somos em síntese, poeira cósmica.

Viemos da terra.

Para a referida voltamos.

De onde nunca deveríamos ter saídos.

A minha existência está sendo sinteticamente interessante.

Por uma única razão, ter entendido a realidade do nada.

De como tudo originou pelo princípio da anti matéria.

Como nasceram os átomos, preenchendo o infinito.

Formatando os múltiplos universos paralelos.

Como tudo isso vai acabar.

Pela exaustão da energia de hidrogênio.

O congelamento na escuridão.

Como a destruição será o recomeço.

Das repetições intermináveis das ressurreições dos universos.

Todavia, o homem exaurirá nele mesmo.

Em outras materialidades não terá vida própria.

A não ser nesse instante em um pedaço de cosmo perdido.

Esperando seu congelamento definitivo.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/02/2018
Reeditado em 03/02/2018
Código do texto: T6244392
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