As ressurreições da matéria e a morte definitiva do espírito.
O mecanismo que leva a morte é cruel.
Seja qual for o processo.
O sofrimento é igual.
A degeneração da matéria.
Ainda mais para quem for pobre.
Em um país que não tem Estado de Direito.
A pessoa não tem proteção social.
Buscar a deus.
A mais absoluta ilusão.
Deus é apenas um mito criado.
Pela imaginação oportunista humana.
Um subterfugio da cognição deteriorada.
Tudo que a natureza pode produzir foi desse modo.
A existência para exaurir.
O desaparecimento em seu próprio evento.
Como se antes nada fosse.
A nossa inexistência.
Somos exatamente o não ser.
Não existe sentido para a vida.
Qual a finalidade de tudo isso.
Não há finalidade.
O que existem são ideologizações das finalidades.
A vida uma passagem breve, para nunca mais ser.
Não existe céu.
Não há inferno.
Deus uma invenção mentirosa.
A única realidade possível.
A transformação da matéria em pó químico.
O que somos em síntese, poeira cósmica.
Viemos da terra.
Para a referida voltamos.
De onde nunca deveríamos ter saídos.
A minha existência está sendo sinteticamente interessante.
Por uma única razão, ter entendido a realidade do nada.
De como tudo originou pelo princípio da anti matéria.
Como nasceram os átomos, preenchendo o infinito.
Formatando os múltiplos universos paralelos.
Como tudo isso vai acabar.
Pela exaustão da energia de hidrogênio.
O congelamento na escuridão.
Como a destruição será o recomeço.
Das repetições intermináveis das ressurreições dos universos.
Todavia, o homem exaurirá nele mesmo.
Em outras materialidades não terá vida própria.
A não ser nesse instante em um pedaço de cosmo perdido.
Esperando seu congelamento definitivo.
Edjar Dias de Vasconcelos.