Pelo retrovisor

Pelo retrovisor

Pelo retrovisor vejo minha infância

Vejo minha criancice

Vejo a minha não-infância

Meus medos e temores

Vejo o libertar como se liberdade fosse

Pelo retrovisor vejo meu aprendizado

Minha escolaridade evoluindo

Um sonho surgindo

Meio sem forma

De forma tão torta

Aprendi a aprender

Errei tentando acertar

Mas criei minha estrutura sólida para o mundo suportar

Pelo retrovisor vejo alguns amores

Alguns dissabores

Algumas perdas

Algumas reparáveis

E outras pouco memoráveis

Embora não tacitamente condenáveis

Pelo retrovisor te vejo como se hoje fosse

Como estou te vendo agora

Sem saber os porquês

Sem saber por que tantos dizeres

Te digo que te olho pelo retrovisor

Mas te vejo também ainda à minha garupa

Você não é passado apesar de minha mente não taciturna

Você não é presente apesar dessa loucura

Poderá ser futuro

E descer nos meus braços

Ou poderá ficar pelo espaço

Onde só te verei pelo retrovisor

Como imaginação tangente e sem fulgor

Eis que vejo tudo pelo retrovisor

Mas fico atento ao farol

Ou a sabedoria que vem do brilho do sol

E que dissipa as dúvidas

E tantas coisas que considero supérfluas e chulas

Poeta Antonio Ferreira
Enviado por Poeta Antonio Ferreira em 03/02/2018
Reeditado em 03/02/2018
Código do texto: T6243788
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