o Êxtase do ridículo;
Eu venho de uma época
Rica em celebres déficits,
Em ídolos insípidos,
Cólera poética
E fígados cirróticos.
Este diabólico período
Próspero em prisões,
Telefones móveis
E heróis erráticos.
o êxtase do ridículo.
Ganharam as fábricas inóspitas,
Os códigos fáticos,
Os humoristas antipáticos
E a genética misógina.
Venceram os canceres de esôfago,
Os atletas estéreis,
As diabéticas metáforas
E os alérgicos ao autentico.
O êxtase do ridículo.
Eu venho de uma época
Rica em mórbidas imagens,
Guerras pacificas,
Lágrimas sintéticas,
E bussolas sem ártico.
Triunfaram as clinicas estéticas,
A ética anoréxica,
Os catedráticos neófitos
E a música diarreica
O êxtase do ridículo.
Venceram os créditos escaldantes,
A gramatica equivocada,
Os católicos heréticos
E a miséria lírica e errada.
Ganharam os cálculos errôneos,
Os alcoólicos anônimos,
Os cônjuges apáticos
E o pânico ao artístico.
O êxtase do ridículo.
O êxtase do ridículo.