SER INVISÍVEL
não sou eu,
nunca serei eu,
não posso querer ser eu,
porque no invisível de meu ser ando por ai.
e só tenho o silêncio,
na embriaguez de minha ida
e quando me assusto de mim,
sinto no meu eu,
o fogo que arde nas artérias,
que comandam a minha alma.
e os gemidos e os suspiros,
que residem no meu eu,
só os ventos houve e sente,
o tino do eco que corta,
na madrugada que fica.
e no invisível do meu ser
tenho seguido o sol
e pegado uma carona com a lua,
a brincar com as estrelas
e as brisas das noites,
nas correntezas e nas ondas
lá vou eu, no silêncio das águas
que vão ao encontro do mar...
a levar os meus pensamentos,
em perigos constantes,
como é de ser o meu viver.