Do tempo
o tempo e o volume da neve
absorvem as impurezas do rio.
vagararosas ondas
murmuram e passam.
quase mudo
o rio engole
a noite
ornada de estolas bordadas
com sementes e pássaros.
refletem os olhos
águas, sonhos
e pensamentos
enganos:
asas encharcadas
recolhem as flores
mortas pela fúria
dos homens
aos vermes o que importa
é despertar os sentidos
antes do sol
eles iludem e furtam
as pérolas guardadas.