Ninguém vai Morrer de Sede

Ninguém vai morrer de sede

O grito que ficou cravado em nossos ouvidos e que nos causa arrepios

O chamado para a luta

O importar-se com o outro

Com a água e com a terra

Ninguém vai morrer de sede

Trouxe a multidão para as ruas

Trouxe o olhar para os rios do Oeste

Provocou o enfrentamento

A inquietação

E o empoderamento

De uma população, ribeirinha ou não

Ninguém vai morrer de sede

Trouxe o policiamento reforçado para Correntina

Trouxe tensão e organização

Trouxe a expressão no olhar de crianças, jovens, adultos e idosos

Trouxe a preocupação do povo de toda parte

ninguém vai morrer de sede

é um grito de alerta

o grito que fez o povo abraçar o rio

Como uma mãe que abraça o filho para protege- lo dos perigos do mundo

Ninguém vai morrer de sede

E ninguém vai morrer de sede mesmo

Porque morrer de sede seria cruel demais para esse povo

Porque morrer de sede

Seria como aliar-se a morte para matar a vida

Do Cerrado

Da Caatinga

Dos Rios

Do Povo

Do Oeste da Bahia

Ninguém vai morrer de sede

Porque essa morte seria a ausência da luta

Da resistência

E até Do enfrentamento

Mas esse espirito de luta para defender a vida

É o sangue que corre na veia desse povo

É como o alimento que os mantem vivos

Então sempre que for preciso

Os espaços serão ocupados pela bravura do nosso povo

Que deixa a sua mensagem

NINGUÉM VAI MORRER DE SEDE ÀS MARGENS DOS RIOS DO OESTE

E não permitiremos que esse grito seja esquecido

Não permitiremos que esse grito morra

Porque não permitiremos que que o nosso povo morra

SEM CERRADO

SEM ÁGUA

SEM VIDA

Avante a luta...

30 de novembro de 2017

Jake Flor do Deserto
Enviado por Jake Flor do Deserto em 17/01/2018
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