Fui as Redes e para lá não volto mais
Não tenho sido muito social ultimamente
E ultimamente não tenho ido muito a rede social.
Percebi que lá a vaidade da qual cotidianamente luto,
Se funde a vaidade dos outros.
E nos orgulhamos de nossas soberbas.
Nos privados, privadas pintadas de ouro
Nomeadas de Santos
E honradas com metais nobres oxidados
Contendo palavras vazias de ambos participantes.
Eu fujo e fujo
Mas quando estou só, começo a discutir comigo mesmo
O que faço e não faço
E o pior
O que eu quero fazer.
Corro do mundo mas o maior pecador me acompanha
Tão sou eu quanto os ossos o são.
É contraproducente lutar só
Sou tão incapaz de ser algo.
Tento viver no mundo onde tudo é crítica
E toda crítica é causa de novas leis
Essas leis me proíbem de me expressar.
Mas as leis garantem liberdade
Dentro de um quadrado
Onde a libertinagem é a verdade
E que cada um acha que é rei do seu universo
Mas é dependente do câncer governante.
Eu volto a falar mas logo tampam minha boca pois não sou igual.
O diferencial que constante muda a "reprodução"
Oprime quem é livre.
Olhe pra si, meu caro.
Olhe o seu lixo!
Olhe sua merda!
Eu não sou nem um terço
Do que eu deveria ser agora
Mesmo depois de tantos benefícios.
Minhas palavras e façanhas são fantásticas,
Mas a minha vivência é hipócrita e infrutífera
Que a realidade se torna barata
E eu me acho tão superior.
Olha como eu sou podre e perco tempo acusando e olhando
Cada um em sua imundície apontando um pro outro.
Cada um sendo um rola-bosta
E nao exergando que a cada dedo apontado
A bola fica maior.
Nos envenenamos tão mansamente.
Nos enfraquecemos tão debilmente.
Estamos tão tapados que eu concordo em dizer
Perto de nós
Os animais são racionais.
Cada um se prende no seu mundo e esquece que o bem maior
É aquele que se dá
E não o que se recebe.
Qual o sentido da vida se não for morrer?
Morrer enquanto se vive
Para que muitos possam viver.