ALMA PACATA

ALMA PACATA

O dia alvorece.

Abres os olhos de tua consciência

e pensas no fazer honesto do teu dia.

Logo levantas.

Fazes as tuas necessidades higiênicas

e após

ingerir o café simples da manhã,

vestes a roupa da lida diária;

pegas os apetrechos rústicos

e sais com o sorriso na face amanhecida,

para se ocupar com as tarefas campesinas.

Não gostas da vida urbana,

mas amas a vida rural,

amas o simples viver no campo,

amas a paz que emana da natureza.

Não tens escolaridade.

Falas a linguagem caipira.

Não sabes escrever,

mas fazes e vives a poesia bucólica

de teus simples dias laboriosos.

És uma alma pacata,

que fala pouco e saúda a quem passa.

Revelas humildade nos gestos.

Serves com espontaneidade.

Doas o pouco que tens

a quem te pedes o que necessita.

Aturas a prova para viver:

numa casa tosca;

num corpo grosseiro;

num trabalho braçal;

mas o teu perispírito resplende

a luz de tua alma dadivosa.

Assim,

na labuta cotidiana

de tua efêmera vida carnal,

experimentas as lições existenciais

que a tua alma prometeu exercer,

antes de voltar ao corpo físico que te alojas.

E, embora não pareça,

para quem te ignoras a vida arredia,

na superação de tua prova,

és feliz em teu simples e virtuoso viver.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 06/01/2018
Reeditado em 09/05/2018
Código do texto: T6218522
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.