RETROSPECTIVA
Rel Poét (Ocultos) da Era Luzidia
(POEL/02)
Adentro.
A sala, só, me aconchega no sofá gasto.
Cheiro de café fresco, vidros vazios com
apenas migalhas, lampião escurecido...,Também sós.
Retratos na parede, poucos e esmaecidos.
O canto do sabiá, em sinfonia com outros pássaros,
não deixa me sentir totalmente só.
O limoeiro, amarelo, pende seus frutos
próximo as parreiras que brotam soltas e selvagens,
sem estacas, porque o tempo... Ele se esvaiu...
como num piscar de olhos
e, a margarida do canteiro central,
por instantes, a vi bela, altiva e orvalhada,
protegida pelo cipreste imponente,
em frente à minha janela.
De lá, vislumbrava o mundo
da forma mais angelical como meus
olhos viram e a imaginação pintou em aquarela.
De lá... sonhava o amor como única alternativa
de felicidade e preenchimento do meu vazio, das minhas sensações,
afloradas, que me angustiavam a alma como o limo escorregadio e sequer alguém notaria e/ou me entenderia.
De lá a estrada de chão batido colore a paisagem em tom ocre claro com o verde aveludado dos arrozais que brotam nas águas represadas, caminho este, que os habitantes perfazem todos os domingos, à Capela, para rezar e fazer suas confidências ao pároco e aos que lhe são íntimos e às novenas da Pequena Ribeirão do Campo.
De lá, da minha janela, em que o vento balançava na hora da sesta é que o meu coração se trancou e então parti.
Quatro degraus, altos, rústicos e inacabados do velho casarão romperam, com certa facilidade adolescente, vínculos jamais existidos, amor nuca havido e a vida de apenas, poucos anos existidos. Um abraço, um gesto e o portão se abriu e o coração? - Não saberei, agora, dizer o que sentiu: Euforia? Medo? Falta? Dor? - Mistério de mim!
Rel Poét (Ocultos) da Era Luzidia
(POEL/02)
Adentro.
A sala, só, me aconchega no sofá gasto.
Cheiro de café fresco, vidros vazios com
apenas migalhas, lampião escurecido...,Também sós.
Retratos na parede, poucos e esmaecidos.
O canto do sabiá, em sinfonia com outros pássaros,
não deixa me sentir totalmente só.
O limoeiro, amarelo, pende seus frutos
próximo as parreiras que brotam soltas e selvagens,
sem estacas, porque o tempo... Ele se esvaiu...
como num piscar de olhos
e, a margarida do canteiro central,
por instantes, a vi bela, altiva e orvalhada,
protegida pelo cipreste imponente,
em frente à minha janela.
De lá, vislumbrava o mundo
da forma mais angelical como meus
olhos viram e a imaginação pintou em aquarela.
De lá... sonhava o amor como única alternativa
de felicidade e preenchimento do meu vazio, das minhas sensações,
afloradas, que me angustiavam a alma como o limo escorregadio e sequer alguém notaria e/ou me entenderia.
De lá a estrada de chão batido colore a paisagem em tom ocre claro com o verde aveludado dos arrozais que brotam nas águas represadas, caminho este, que os habitantes perfazem todos os domingos, à Capela, para rezar e fazer suas confidências ao pároco e aos que lhe são íntimos e às novenas da Pequena Ribeirão do Campo.
De lá, da minha janela, em que o vento balançava na hora da sesta é que o meu coração se trancou e então parti.
Quatro degraus, altos, rústicos e inacabados do velho casarão romperam, com certa facilidade adolescente, vínculos jamais existidos, amor nuca havido e a vida de apenas, poucos anos existidos. Um abraço, um gesto e o portão se abriu e o coração? - Não saberei, agora, dizer o que sentiu: Euforia? Medo? Falta? Dor? - Mistério de mim!