CANSADO DE MIM

Ando tão cansado de mim

Que chego a ignorar o início,

O meio e apenas anseio o fim.

Ando tão cansado de mim

Dessa distancia corpórea

E desse coração chinfrim.

Ando tão cansado de mim

Dessa mesmice crônica e enfadonha

Dessa eterna medonha insônia

Dessa mesa imensamente redonda

Do cheiro mofado do porvir

De tudo que não está ainda aqui.

Ando tão cansado de mim

Que chega a doer o roer dos ossos de tamanho vazio existencial

Que coisifica o que me circundeia ante a absoluta exaustão

E me estapeia entre um e outro gole dessa quase vida com gosto de vinho e cerveja

Enquanto o mundo lá fora me presenteia com mais um dia de pasmaceira.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 05/01/2018
Reeditado em 06/01/2018
Código do texto: T6217291
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