ÔMEGA

nas canelas da noite

numa terra de não ter ninguém

deu de brilhar uma estrela

numa noite de mais pralém

do que pastores pastavam

foi de folia no deserto

foi de alvoroço nas almas

dos homens sem candeeiro

cabana de pé de palha

com badalos de cabras e jumentos

um pimpolho de coroa de pobre

e ares de rei sem palácio

deu de nascer e foi bendito

pelo logos das raízes criadas

semente de promessa da gênese

fez-se homem e deu-se homem

andarilho de nenhum recanto

era que nem nós

era que nem monte

era a raiz da vida alfa

deu-se ômega dos vícios dos fracos

Matuto Versejador
Enviado por Matuto Versejador em 30/12/2017
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