ÔMEGA
nas canelas da noite
numa terra de não ter ninguém
deu de brilhar uma estrela
numa noite de mais pralém
do que pastores pastavam
foi de folia no deserto
foi de alvoroço nas almas
dos homens sem candeeiro
cabana de pé de palha
com badalos de cabras e jumentos
um pimpolho de coroa de pobre
e ares de rei sem palácio
deu de nascer e foi bendito
pelo logos das raízes criadas
semente de promessa da gênese
fez-se homem e deu-se homem
andarilho de nenhum recanto
era que nem nós
era que nem monte
era a raiz da vida alfa
deu-se ômega dos vícios dos fracos