Adaga

Eu escrevo o que sinto. E o que sinto nem sempre é suaviadade, beleza.

Por vezes soa metálico, corta feito lâmina afiada, destrói doces ilusões.

Eu escrevo o que sinto e isso nem sempre equivale ao que pensei ou refleti.

É só o que senti e assim de repente, mundos se desfazem e primaveras são ceifadas.

A palavra me entorpece, alegra e em um átimo é capaz de me revelar por completo.

É o sangue que eu dôo sem remorsos, é o segredo obscuro, trancado a sete chaves.

Senti tudo que já escrevi.

E o que guardei, o que deixei de mostrar,

outros sentiram, mas poucos leram.

Renata Vasconcelos

Renata Vasconcelos
Enviado por Renata Vasconcelos em 25/12/2017
Código do texto: T6208249
Classificação de conteúdo: seguro