VERÃO MAIS UMA VEZ
SOL que dardeja, luz e calor enseja,
Sol de verão entrante, brilhante no arrebol,
quer seja ao romper da aurora,
quer seja ao cair da tarde, sem alarde,
desperta sonoridade por onde passa,
com graça a natureza em flor sorri,
flores do campo, beija-flor e borboleta.
E meu porvir passou por outros sóis,
por outras plagas, sonhos desfeitos,
imperfeitos porque não sabia sonhar...
Os sóis podem morrer e renascer:
basta querer apagar a chama,
reacender a chama basta também.
Quando a brevidade da chama se apaga,
dormimos uma infinita noitada sem pejo,
dorme o desejo também...
Sem conta mil beijos beijados beijamos,
foram tantos, mil ou muito mais,
que a dúvida não se interponha entre nós,
que estes sóis sejam somente nossos e de mais ninguém...
Reacender a chama tentei, de uma coisa me apercebi:
era sonho apenas,
os sóis de ontem não são os de hoje e plagiei
o que ontem fui e hoje não sou mais...
Carlos Lira.
entrada do verão de 2017.