SANTA CLAU$
À sombra dos Noés estilizados,
que grassam nas vitrines do Natal,
há algo que azeda e cheira mal,
e goza das benesses do mercado.
Algo que não quedou crucificado,
que resistiu à forca e à traição,
que veio a ser, mais tarde, o falso pão
que Judas nos deixou como legado.
Por trás das luminárias do Natal,
a hipocrisia ri na escuridão,
e bebe do vinagre, e amassa o pão
que nutre os sanguessugas da moral.
Algo que alimenta o capital
com os juros da fé e do consumo.
Algo que faz a cruz mudar de prumo,
pra não crucificar o carnaval.
Eu tenho impressão de que o Natal
há muito que seguiu um novo rumo.
À sombra dos Noés estilizados,
que grassam nas vitrines do Natal,
há algo que azeda e cheira mal,
e goza das benesses do mercado.
Algo que não quedou crucificado,
que resistiu à forca e à traição,
que veio a ser, mais tarde, o falso pão
que Judas nos deixou como legado.
Por trás das luminárias do Natal,
a hipocrisia ri na escuridão,
e bebe do vinagre, e amassa o pão
que nutre os sanguessugas da moral.
Algo que alimenta o capital
com os juros da fé e do consumo.
Algo que faz a cruz mudar de prumo,
pra não crucificar o carnaval.
Eu tenho impressão de que o Natal
há muito que seguiu um novo rumo.