O moço sem juízo
No crepúsculo da noite, ao final do dia
Às sombras douradas do entardecer
Uma linda mulher ali se escondia
Para um incauto moço enbevecer
Lisonja trazida e peçonha profunda
Os lábios tenazes são favos de mel
O moço imprudente, no lodo afunda
Nos braços acomoda a esposa infiel
No leito de mirra, ailoés e canela
Para as delícias do amor o convida
O rapaz, sem juízo, a ela se entrega
Sem perceber que penhora a vida
Não vê que a morte ronda por perto
Entregue à soberba, lascívia e prazer
Se julga seguro esquece o escudo
E relaxa imprudente até adormecer
Delícias recebe do beijo encantado
Em leito roubado se põe a gemer
Prazeres errados, de fel embriagado
Em breve, o incauto, ali vai morrer
O preço cobrado, também é o devido
Uma vida preciosa, debalde perder
A flecha lançada, algoz é o marido
O orgulho ferido quem pode deter?
Meu filho cuidado, não colha o pecado
Por poucos trocados se dá a prostituta
Porém, a perversa, te leva enganado
E o preço é a vida, por favor... escuta!
(Baseado em Provérbios: 7. 9. Estava chegando o crepúsculo, o final do dia, caíam as sombras do entardecer, rodeavam as trevas da noite).