Despedaços de um poema
Tempo.
Lugar.
Frustrações.
Pensamentos.
São as minhas dores.
São os gestos.
Os gostos.
Os medos.
Os sonhos.
Dilacerados [...]
É o lugar sonhado que não cabe mais.
É preciso mais.
É a realidade que se impõe.
Imposições.
É a vida.
A mágoa.
A saudade.
A verdade.
Trágicas [...]
Achei que tinha me encontrado,
Me enganei de propósito ou sem querer,
Ainda não sei.
Compreender.
Aprender.
Recuar.
É uma paciência fingida que tinge de escuro as questões mais intangíveis.
Algo maior.
Disseram-me que havia algo maior.
Há paredes,
Cinzas.
É um céu cinzento com nuvens escuras.
É escuro em mim.
Eu pensei que deveria sentir,
Então, eu sinto.
Visceral.
É sobre tanto.
Quase nada.
Quase.
Por um fio.
Por muito.
Por pouco.
Era tudo.
Foi um nada.
Foi quase...
Só não foi.
Riscos.
Correr riscos.
Correr.
Fugir.
Amedrontada.
É aquele ressentimento.
O tempo,
Não existe,
Inventado,
Ele dilacera.
Por dentro: dilacerada.
É visceral.
Intenso.
Corre na espiral.
Suspender.
Suspensa na minha indecisão.
Decidir.
Morrer aos poucos.
São algumas almas mortas,
Fascinadas pela luz.
A luz que cega e queima,
Que mata.
Foram algumas almas mortas,
Não sei quantas restaram.
Impedir.
Impedida.
São laços e nós.
Nós que amarram.
Nós amarrados ao mundo.