Às Vezes...
 
 
Às vezes,
Deito o olhar sobre as coisas e pessoas,
Sem nada querer,
Sem nada pensar.
 
Eu me sento num canto,
As mãos sobre o colo,
Olhando nos olhos sem ser vista,
Rindo um pranto.
 
Caminho anônima pelas calçadas
Da vida,
Fico parada nas encruzilhadas,
Os passos indecisos...
-Mas finalmente, sigo.
 
Há uma certa distância
Entre o que penso e o que digo,
O que penso e o que não digo,
E o que digo sem pensar.
 
Às vezes,
Eu me deito naquela rede
A balançar,
Para lá e para cá,
Sem sair do lugar,
Mas eu vou tão longe!
 
E de repente,
Surge um outro sol alquebrado
No limiar do meu horizonte
-E já nasce cansado...
 
E ele rola sobre o dia,
Sua luz se alternando
Entre quente e fria,
Absorvendo e emanando
Todo tipo de energia
E as transformando
Numa síntese
Da minha fotossíntese.
 
Às vezes,
Eu não entendo,
Noutras,
Prefiro não entender.
-E que diferença faz, no fundo,
Saber e não saber?



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 09/12/2017
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