Cinzas
Gosto do Branco do papel
Pálido e sem graça
Papel que vai ganhando vida e forma
na dobradura de uma criança
E que se derrete ao encontrar uma lágrima
Gosto mesmo é do Preto
Riscos fortes deixados marcados nos traços
Eternizando histórias que foram escritas
Enquanto escreviam com as mãos marcadas de carvão
Gosto ainda mais é do Fogo
Que acende o papel
E queima o carvão
Reduzindo-os ao pó
Lembrando-nos que no fim restam apenas cinzas