Só me restou o riso

“Sim. Mas e aí? Passarei o resto da minha vida infeliz?”

Prefiro sentir e fazer-me feliz!.

Embora sei, num mundo controlado, máximo de felicidade que nos dão é na verdade o mínimo!

Sei bem da marionete que sou, que meus dedos tocam o que eles querem que eu toque, que meu cérebro petrificado não precisa raciocinar. Afinal, não temos tempo para isso! Nosso dinheiro não vem de graça.

Porque se viesse, se todos nós tivéssemos a devida “paz”, talvez não seriamos tão felizes, mas, decapitaríamos uma nação de idiotas.

“Nada que meu rosto bobo , riso sarcástico e ingênuo não possa resolver. Só mais uma dose do veneno, mais um nexo, um anexo de informação...”

Confesso que de inicio pouco acreditei. Mas, me pus a mostra sobre as reais cores do arco-íris que eu mesma colori. De mãos finas macias e caras, acariciei o azul, o belo, atordoante, sincero azul de estimação.

Alucinou-me carinhosamente como um mago sábio de expressão, fazendo-me seguir cheiro a cheiro, doce aroma viril, expondo, levando somente ar ao que restou da fênix de penugem azul. Cinzas que agora compõem o meu corpo, esperando que a última calmaria venha me visitar.

Para que minhas longas vestes ressurjam tão azuis quanto a fênix que um dia fui, e farei-me ser.

Que minha gratidão seja um pedaço do suficiente para a satisfação, para a paz buscada tantas vezes em inquietações ...

Mas enquanto não me vislumbro, disponho a minha vida a mercê dos tolos, e como eles, por eles e por mim, puxo, estico novamente a face, colo meus dentes com o mesmo brilho da retina, forjo o doentio riso, e me faço assim “feliz”.

AdrieleZania
Enviado por AdrieleZania em 06/12/2017
Código do texto: T6191863
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