A Luta Por Nossas Consciências
Numa mesa de convivência,
Não aquelas onde sentam amigos,
Mas sim onde se cultiva desavença,
Estavam sentados dragões conhecidos.
Não aqueles dragões antigos,
Mas uns com aspectos bem mais modernos,
Os quais absorvem daqueles o espírito.
Carapuça ingênua, mas bastante espertos.
Mesmo que vejamos entre si brigarem,
A verdade é que é somente o joguinho
De sempre para as mentes cooptarem.
São finos como o linho.
Quando tu pensas que estão lá fora,
Eles abrem a porta e te convidam a entrar.
Tu não sabias, mas o tabuleiro de outrora
Já lhes era familiar.
E aquelas palavras cortantes
Esgrimidas por línguas ligeiras,
Muito mais do que antes,
Tentam mostrar um mundo sem poeira.
Um mundo que eles imaginam perfeito.
Direcionado, claro, por suas supremas vontades,
Tudo de mal não teria mais efeito.
São eles os deuses que inibem uma tempestade.
Enquanto se agitam na sua tela,
Eles, sem tu percebas,
Te fazem chorar à luz de velas
E te enxugam com lenços de seda.
Te dão um pão e um circo fácil
Ao passo que tu vives a falecer pelos cantos.
Pensam que as migalhas que caem do prato
São acalanto.
Como uma criança, tu és enganada
Por uma melodia prazerosa.
Enquanto tu aproveitas uma farra,
Se completa a ideia ambiciosa.
É um sinal da pior corrupção:
Aquela que ataca a consciência
Quando nos tiram a compreensão.
É a corrupção da inteligência.