ESCONDENDO-SE DE DEUS
ESCONDENDO-SE DE DEUS
Os tempos se compartilham
Tudo acontece após tudo
Ter acontecido. As vidas
Nasceram da pólvora
Os pares se incendeiam
Sob o véu de Maya
Nenhuma mãe reconhece
Os filhos sem Sé. A criação
Está sem abrigo. Não há
Crença nem fé. Os olhares
Ofuscados sob estrita venda
A viciada lucidez vende-se
No empório da quitanda
O medo é valor em todas
As moedas. A esperança
Fatigada se exauriu. As
Formas não se definem
A dignidade pessoal é
Ferida sem bálsamo.
Todos zelam pela chama
Não há sobreviventes
Apenas cinzas. O inferno
Queimou no útero os que
Deveriam nascer. Não há
Uma única mãe, só barro
E ninguém para moldar
O humano do Não-Ser.
O Filho do Homem
Filho do Homem
Abandonou o Jardim!
Para sempre?