ESCONDENDO-SE DE DEUS

ESCONDENDO-SE DE DEUS

Os tempos se compartilham

Tudo acontece após tudo

Ter acontecido. As vidas

Nasceram da pólvora

Os pares se incendeiam

Sob o véu de Maya

Nenhuma mãe reconhece

Os filhos sem Sé. A criação

Está sem abrigo. Não há

Crença nem fé. Os olhares

Ofuscados sob estrita venda

A viciada lucidez vende-se

No empório da quitanda

O medo é valor em todas

As moedas. A esperança

Fatigada se exauriu. As

Formas não se definem

A dignidade pessoal é

Ferida sem bálsamo.

Todos zelam pela chama

Não há sobreviventes

Apenas cinzas. O inferno

Queimou no útero os que

Deveriam nascer. Não há

Uma única mãe, só barro

E ninguém para moldar

O humano do Não-Ser.

O Filho do Homem

Filho do Homem

Abandonou o Jardim!

Para sempre?

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 05/12/2017
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