Tantos

Não basta ser só eu?

Sempre tenho que ser algo à mais

Além, ser alguém

Se sempre tenho que vestir uma armadura

Quem será eu enfim?

Se não me vêem do jeito que sou

Ou se vêem, riem...

Mais uma vez

Não serei eu

Pode ser que eu até sorria...

Pode ser que eu até ame, esta carapuça um dia

Que até proclame que era mesmo eu naquele momento...

Mais que nunca, nunca em vida, eu serei sempre apenas eu...

As convulsões respondem o atrito guardado no peito, já não me espanta morrer com tantos

Já que tantos não respeitaram meu tempo...

E nem minhas conclusões...

Chegaram a tempo de me ver sorrindo, falando línguas imaginárias, e até de falar sozinho no meio de tantas agonias...

Misturo a tortura com a doçura

Talvez leve muito, para que essa chaga se torne apenas um vulto, apenas fumaça no meio de tanto amor que me foi dado...