Não ultrapasse!

Quando foi que você se tornou obsoleto(a)?

Em que década computadores passaram a

Processar informações, enquanto você deixou

De pensar, por não conseguir processar nenhuma?

Quando foi que você se tornou obsoleto(a)?

Em que década a indústria passou a produzir

Remédios para tratar a doença, porque tratar

Da saúde...convenhamos! Não é lucrativo.

Ouvi dizer que o mistério do por vir é espera

Que a espera é intolerável e que a paciência

Ainda aguarda habeas corpus com seu colega

De cela e, quase extinto, bom senso humano.

Quando foi que você se tornou obsoleto(a)?

Em que década você passou a compartilhar

Informações e as deixou de ler, porque se a maioria

Diz que é, bem, só pode ser verdade. Ou não?

Quando foi que você se tornou obsoleto(a)?

Em que década os vasos sanguíneos foram

Substituídos por fios de cobre? E as sinapses?

Foram trocadas por redes de conexão Wi-Fi?

Aliás, será que você ainda dorme? Ou

Será que acorda cansado(a)? Tem tempo

Para sentar à mesa? Se lembra como era

Falar e olhar nos olhos de alguém? Ouvir

Sem pensar no que dirá, logo em seguida?

O teu sorriso é verdadeiro ou a fotografia

Não precisa saber a verdade dos fatos?

Sabe tanto sobre a vida do outro quanto

o que sabe a respeito de si mesmo(a)?

Na sua agenda, página hoje, parágrafo

Agora, da linha da vida, ainda há tempo

De amar alguém? Nem que seja “só” você

Mesmo(a)? Algum segundo para a gratidão?

Teria mais amigos e amores na vida

Do que roupas em seu armário? Usaria

menos maquiagem e mais franqueza? Veria

no mundo a sua volta, beleza além da tristeza?

Ei! Quando foi que você se tornou obsoleto(a)?

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

Instagram/Facebook: @opoetacuritibano.

Blogguer: opoetacuritibano.blogspot.com.br

Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 01/12/2017
Código do texto: T6187495
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.