Filho De Minas

De Minas Gerais para Goiás

Na mala, recordações da mãe e do pai

Várias pessoas lendo seus jornais

E do lado de fora, campos rurais

As paisagens entram e saem

Os olhos lacrimejam pela saudade do café da tarde

Os amigos e amigas que deixará para trás

Despedindo do pão de queijo e dos festivais

Das mineiras se suas belezas naturais.

O relógio do seu avô, que já não mais funciona

Mas ele serve muito bem como uma bela lembrança

Em um guardanapo, embrulhado, uma broa e um recado de abraços

O coração apertado, temendo o novo mundo

Medo, sozinho, com os chinelos sujos

Porém, com a simplicidade de poucos,

E o sonho de muitos.

Em retrato, guarda o sorriso de Fátima

O espírito de liderança de Ana, feito Átila

Sem mencionar a bela Larissa e sua pele branca

Sentirá falta também dos conselhos da dona Antônia

Mas se lembrará de todas elas ao olhar a imagem da Santa,

Que fora dada pela tia Ângela.

A palha de seu chapéu lhe serve como distração

Ao sair da estação, roupas belas esbanjam em sua visão

Não seria fácil viver na cidade, com pessoa de outra classe.

Pobre Pedro, filho de um simples lavrador

Teu pai era um bom senhor, era trabalhador

Mas Pedro? Coitado, frágil, porém sonhador.