só mais uma poesia qualquer
O Mundo tornou minha mente louca,
mas nem precisou de esforço; ela nunca foi sã
Os goles de eternidade que eu tomei duraram apenas um minuto
tempo suficiente para tomar decisões e errar em todas elas
A poesia me visita como pomba branca da paz
e a minha vida é um eterno gato preto; julgado, desprezado, porém bonito, sublime, misterioso
Eu sou a minha razão e a minha raiva
Eu sou o amor de quem procura amar
e o ódio de quem já tanto amou
Sou a felina de garras quebradas
Sou a ereção do menino novo
Sou a rouquidão dos mudos
A vida é louca,
mas eu sou mais!
Sou a piada suja contada vezes demais
contada tarde demais, segundo Bukowski;
Sou a mulher de olhos de cigana oblíqua e dissimulada, já diria Machado
Há mulher para amar,
Há mulher para odiar,
Há mulher para aquietar-se na calada da noite e chorar,
Há mulher para gemer alto na janela do quarto,
Há mulheres e mulheres...
E nós, somos todas estas e um pouco mais!
A névoa branca ou sem cor
A dor do parto
A morte da vaca mais turrona
O berço de criança
O som do amor
tudo encontra-se em mim,
na minha confusão,
na minha inquietude
e na minha faísca de genialidade
O homem que muda o mundo carrega a loucura para satisfazer a responsabilidade de ser quem é
Os normais nada fazem, só matam e arrancam o couro daqueles que tem audácia de viver
Por que, para viver, requer coragem, meu caro amigo,
requer culhões
requer audácia
e força no punho, não para porrada, mas para segurar firme quando a coragem tenta desviar-se do caminho