Encriptado
Sinto tanta falta de mim
E o que fui já não é mais.
Aquilo que, logo sou, após
O agora, deixará de sê-lo.
Há inconstante mudança
Na estatística massa dos
Que quiseram-me, assim, tão
Diferente de mim mesmo.
Eu que nunca li os rascunhos do
Memorial projeto arquitetônico
Ao qual chamam de vida e desta,
Nada sei sobre o destino final.
Quiseram fossem tantas teorias
Para se fazer eterna a mente e
A terna mente de outrora que
De minhas memórias, não lembro.
Às vezes sou assim, o heterônimo
Homônimo de mim, o eu lírico e
Anônimo, revel, condenado a esta
Saudade fiel que tenho de mim mesmo.
Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.
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