Encriptado

Sinto tanta falta de mim

E o que fui já não é mais.

Aquilo que, logo sou, após

O agora, deixará de sê-lo.

Há inconstante mudança

Na estatística massa dos

Que quiseram-me, assim, tão

Diferente de mim mesmo.

Eu que nunca li os rascunhos do

Memorial projeto arquitetônico

Ao qual chamam de vida e desta,

Nada sei sobre o destino final.

Quiseram fossem tantas teorias

Para se fazer eterna a mente e

A terna mente de outrora que

De minhas memórias, não lembro.

Às vezes sou assim, o heterônimo

Homônimo de mim, o eu lírico e

Anônimo, revel, condenado a esta

Saudade fiel que tenho de mim mesmo.

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

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Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 29/11/2017
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