Ultimas promessas

"eu preciso

que você acredite em mim

"Mais uma vez"

E de vez em vez

Ela acreditou

Nas mudanças não vistas

Nas promessas falidas

Que o vento levou

Assim como essa rima

As promessas eram pobres

Vindas de um coração 'nobre'

Com medo de perder

"Eu prometo"

Ele repetia

"Eu acredito"

Ela dizia

"Eu vou mudar"

Ele bradava

"Vou ser capaz"

Ele jurava

"Eu te amo"

Ele mentia

"Não me deixe"

Ela ouvia

E cada lagrima dele

Limpava as gotas de sangue

Limpava as marcas na carne

E expulsavam as feridas da mente

E eis que de repente

Cessaram-se as promessas

Silenciaram-se as conversas

Nem sangue

Nem choro

Nem promessas falidas

Na estante o retrato

Na lapide uma vela

No canteiro, flores

Para alguém que amou de mais.

SANTOS, Allan

Laje 25 de novembro de 2017