Último delírio
Um dia eu vi, cambaleando, alucinada, crescida das árvores, às costas encardidas, uma tristeza humana.
Levava consigo a estupidez dos óculos de grau que me incitavam logo à primeira esquina da manhã.
Talvez existam sonhos e ela saiba, mas que de tão pouca a paz se acostumara a um trespassar estreito e alguns quereres tão curtos que só se veem por detrás das sentinelas.
Ao redor, Dormindo às paredes, as algazarras dos pincéis que se desbotam ante a solidão dos becos e dos poemas de amor. Nuas flores marginais se arrastam fugidas da primavera.
Em último delírio, manda um buquê de rosas à prisão. Deixaram entrar os espinhos!
De uma rebelião ouço a sirene vinda do choro de uma colombina. Era tarde demais. Deixaram entrar os espinhos!