Serei Quando For

Tenho sofrido as consequências das minhas decisões míopes;

Dedico-me a uma vida insalubre para ter com que pagar nas filas em que se paga a futilidade.

Pudesse eu ter a audácia dos vitoriosos,

Pudesse eu ter a volúpia de um campeão,

Pudesse eu ver a glória de ser o que eu quero ser em um “jamais” diminuído pela minha coragem.

Não, não confessarei a minha derrota enquanto houver no firmamento a luz solar e a amplidão dos seres metafísicos.

(Tenho idealizado canções de amor

Tenho mastigado a filosofia primeira

Tenho sido sensível ao gingado dos Orixás

Tenho observado o mundo com os olhos de saudade e magoa.)

O que hei de fazer para não ter que fazer o que não quero?

Como hei de explicar aos meus familiares a minha necessidade de ser feliz?

As aflições não são incuráveis, mas o remédio é a coragem e, do mesmo, não encontro em farmácia alguma.

(Ânimo, vamos! Que a morte mais breve é a morte do ser ainda com batimentos cardíacos

E que poupar-se de viver é falecer e respirar ao mesmo tempo.)

Roda mundo, roda. Faz-me menino só no coração. Deixa-me homem para saber ser e jovem para mudar o que não quero.

Pedro De La Rosa
Enviado por Pedro De La Rosa em 20/11/2017
Código do texto: T6176944
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