As ondulações destinadas.

Eu não sou nada.

Jamais serei alguma coisa.

Não tenho tal proposito.

Parte de mim resulta da insignificância.

A outra parte, da construção abstrata.

Não tenho nem mesmo destinação.

Não sou metafísico, muito menos defendo a física quântica.

Sou apenas imaginação.

A estrutura da minha cognição.

Esconde a essência dos meus sonhos.

Desejo sorrir com o brilho dos olhos.

Chorar com alegria do silêncio.

Sou apenas a dialética do deixar de ser.

A vossa estupidez me apavora.

O que devo dizer.

Um soluço soçobrado.

Resquícios de um tempo futuro.

A antimatéria.

Qual é o grito.

O desejo negado de um sonho passado.

Tenho dentro do meu espírito.

O mistério da moralidade.

A propaganda das ideologias.

Sei o quanto tudo não significam as interpretações.

Deitarei esplendidamente nas fantasias.

Todavia, direi esse canto evacuou-se nas proposições.

O que vou dizer você foi comido.

Por pássaros carniceiros.

Todavia, a celebração dos verdadeiros devorados.

Eu não sou nada.

Apenas o desespero dos infernizados.

O que desejam a destruição das vossas insignificâncias.

Gritam o berro dos bois do deserto.

Devo revelar os cantos entoados.

Já que suas memórias perderam na ausência das cognições.

Amanha serão trilhos pobres sem árvores por perto.

Antas e coelhos nas encruzilhadas.

Sem água e sem peixe.

No peito a garganta inflamada.

Não sou nada, não deveria ser.

O fim das interrogações.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T6176179
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