As ondulações destinadas.
Eu não sou nada.
Jamais serei alguma coisa.
Não tenho tal proposito.
Parte de mim resulta da insignificância.
A outra parte, da construção abstrata.
Não tenho nem mesmo destinação.
Não sou metafísico, muito menos defendo a física quântica.
Sou apenas imaginação.
A estrutura da minha cognição.
Esconde a essência dos meus sonhos.
Desejo sorrir com o brilho dos olhos.
Chorar com alegria do silêncio.
Sou apenas a dialética do deixar de ser.
A vossa estupidez me apavora.
O que devo dizer.
Um soluço soçobrado.
Resquícios de um tempo futuro.
A antimatéria.
Qual é o grito.
O desejo negado de um sonho passado.
Tenho dentro do meu espírito.
O mistério da moralidade.
A propaganda das ideologias.
Sei o quanto tudo não significam as interpretações.
Deitarei esplendidamente nas fantasias.
Todavia, direi esse canto evacuou-se nas proposições.
O que vou dizer você foi comido.
Por pássaros carniceiros.
Todavia, a celebração dos verdadeiros devorados.
Eu não sou nada.
Apenas o desespero dos infernizados.
O que desejam a destruição das vossas insignificâncias.
Gritam o berro dos bois do deserto.
Devo revelar os cantos entoados.
Já que suas memórias perderam na ausência das cognições.
Amanha serão trilhos pobres sem árvores por perto.
Antas e coelhos nas encruzilhadas.
Sem água e sem peixe.
No peito a garganta inflamada.
Não sou nada, não deveria ser.
O fim das interrogações.
Edjar Dias de Vasconcelos.