Homenagem à fazenda douradinho, no município de Itapagipe Minas Gerais.

Caminhava em uma certa tarde.

Em 1974.

Em uma fazenda cujo nome douradinho.

No município de Itapagipe M.G.

Triângulo Mineiro.

Solitariamente, olhava o campo.

Procurava compreender a terra.

A natureza das árvores.

Refletia e via as vacas pastando.

O sol estava quente.

Perguntava para mim mesmo.

Por que existe tudo isso aqui.

Quando não deveria existir nada.

Como originou o mundo.

Qual a razão da linguagem do homem.

Eu pensava em meus pais.

Na minha família.

Logo o céu azul cobriu-se de nuvens escuras.

Então imaginei quem inventou a chuva.

Deus, deus inventou tudo.

Inventou também a alma.

O céu e o inferno.

Motivo pelo qual temos que rezar.

Sentei debaixo de um ipê amarelo.

Olhava suas flores.

Quem inventou as flores.

Também deus.

Coitado de deus teve que trabalhar muito.

Esperei a tarde passar.

Quando chegou a noite.

Olhava para o infinito.

Via milhões de estrelas.

O céu estava lindo.

Contemplava o encantamento do céu.

Perguntei para mim mesmo.

Quem fez as estrelas.

Deus, apenas deus.

Quando voltei a perguntar.

Quem inventou deus.

[Não sabia responder].

Posteriormente, descobri quem inventou deus.

Magnifica descoberta.

Entretanto, o segredo ficou comigo mesmo.

Algumas décadas depois perguntei.

Quem inventou a fazenda douradinho.

No município de Itapagipe Minas Gerais.

Então guardei na minha imaginação a pergunta.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 18/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
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