MARIA DA PIA

Maria estava na chuva

Lá fora a chuva chovia

Maria não se importava

Com a chuva que caía

Maria parava um carro

Estendia a mão e pedia

E a chuva fazia barro

E de barro era a Maria

Se alguém algo lhe desse

Juntava as mãos a Maria

Rogava a Deus uma prece

Como a chuva que chovia

Dos olhos dela brotavam

Toda chuva que descia

E as preces o Pai colhia

Abençoada era a Maria

No farol ela se prostituia

Por uns trocados e rezava

Sua prece bem que valia

A chuva que o chão regava

Em águas de dura pia

A cântaros se convertia

No sinal que se abria

A Maria a Deus pedia

Adeus menina Maria

Não tenho nada pra dar

Mas tudo que eu queria

Maria, a tua face secar

Quem não lhe contribuía

Perdia as preces santas

Mas marias eram tantas

Feitas do mesmo barro

Que o oleiro fez a santa

Quanto a chuva que chovia.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 16/11/2017
Reeditado em 25/07/2019
Código do texto: T6173023
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