Esperança
Segura da tua beleza
Nem te importas se dói
Se fazes falta e se "corrói"
Sabes que precisamos das tuas mãos
Na verdade, das tuas palavras, aquelas fartas:
"Para tudo há uma esperança".
Na calada da vida,
Tudo passa de mansinho
A mão que rege a orquestra
Não rege o pensamento
A mão quer tocar a escrita
Mas o pensar está lento.
Tu finges, ensaias, riscas
E rabiscas e nos cansa
E evaporas vagamente na lembrança
E brotas no solo fértil da beleza facilmente
Às vezes doce, às vezes amarga, "né" esperança?
Trazes farturas, carências e encrencas
É assim que a vida toca
O som que na roda a gente dança
Esperar cansa, esperança
Segue a festança
Tão calma como a prece
Tu vais e tu voltas,
Passas o sarrafo e avanças
Por que segura de si
"Tanto fez ou tanto faz"
Não há importância
Se nossas mãos estão postas
Se os corações estão abertos
Sempre cheinhos de esperança.
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