Prisioneiros
Um homem prende um pássaro numa gaiola
Engaiola o pássaro o canto as horas
Engaveta o sol o ar o vento
Arquiva o voo o olhar o riso
Apedreja a paz o sono os sonhos
Amedronta a vida
Afugenta até a confiança
Espanta o amigo o cão o felino
Atrai o inimigo o feroz o igual
Ao homem que aprisiona incondicional
Fere e mata e caça as vontades
Daquele passaro no cativeiro
Que ao longe clama ao mundo inteiro
O seu lamento de dor
E o homem solto também prisioneiro
Dos seus tolos desejos tenta se explicar
Mas no fim das contas é um pássaro às tontas
Tentando voar