LEVEMENTE
Levemente assisto a passagem dos dias...
Despreocupa-me o avanço do tempo,
Desdenho a pressa que aflige as gentes
Em ganhar o futuro antes que aconteça;
O planejar insano, os sonhos desmedidos,
A imponderado anseio à fortunas esquivas;
Onde a felicidade? Onde o encantamento?
Onde o brilho, a fama, o suntuoso, a bem-aventurança?
Se a sorte negaceia, e o fruto apodrece antes da colheita?...
Levemente assisto o desdobrar da vida...
Sem deslumbramento ou sofreguidão,
Aceito dádivas e dons com sereno respeito;
E no refugio do silêncio,
Contemplo o vazio.