APRISIONADOS
Estamos enformados, enjaulados, crucificados,
Se querem branco, nos julgarão por nossos beges,
Buscam criatividade e exigem padrões,
Onde estão as imperfeições escondidas?
Eles estão nos olhando com cinco pedras nas mãos,
Um passo fora e sua fronte é o alvo,
Estão nos engolindo vivos e não podemos gritar,
Os sorrisos são as propagandas escondendo as misérias,
Hipocrisia branca escurecendo o caminho,
Estão doutrinando os filhos como fizeram com os pais,
Eles não sentem, eles dizem apenas reproduções,
Eles não falam mais com o coração, eles não sentem,
Quem sou eu para discordar?
Os gritos estão agonizando,
Os gritos estão desaparecendo,
É o ódio nos engolindo em sua aparência legalizada,
Em seu suco cheio de veneno,
Ardência latente na pele,
Agitando todos os pesadelos coloridos,
Depreciando a depressão,
Até que todos estejam em ponto de ebulição,
Até que a revolução se evapore,
Para que sejamos gados em seus rebanhos,
Carregando no ombro todo peso,
E sorrindo por sofrer,
Agradecendo a miséria,
Em um grande exército uniforme de aprisionados,
Que obedecem sem questionar,
Que não luta, mas convencido está,
Até que os sonhos mais escondidos sejam rechaçados,
De tanta intolerância pelo caminho atrapalhado,
E quem sabe amanhã, por um milagre,
A nação zumbi acorde de seu doce pesadelo,
E fale, e grite e mostre a cor de sua alma silenciada.