A interpretação da letra de Chico Buarque: As atrizes, tema do Enem.
Música de difícil interpretação.
Hermenêutica própria da poesia de Chico.
Uma fascinante exegese.
É uma letra Pós-contemporrânea no stricto sensu.
Retrata o cotidiano da classe média.
A perspectiva do consumo sexual desenfreado.
Naturalmente que ela sorria.
Revela a felicidade da mulher.
Não tinha critério para escolha afetiva.
Porém, provocadora.
Expositora de grandes desejos.
Não me dava trela.
Trocava roupa na minha frente.
Logo em seguida, partia para novas seduções.
Escolhia qualquer um.
A vaidade estava acima da própria escolha.
O afeto como consumo.
Lançava olhares debaixo do meu nariz.
Fingia que o admirador teria possibilidade.
Todavia tinha seus preferidos.
dançava colada, com novos pares.
Não tinha como opção apenas um amante.
Retrata a pós-modernidade.
Cujo afeto tem como objetivo o consumo imponderável.
Tipicamente da nova era neoliberal.
A pós-verdade.
Com um pé atrás.
Com um pé a fim.
Surgiram outras naturalmente.
Sem olhar a minha cara.
Esse é o comportamento social afetivo padronizado.
Em que todos comportam do mesmo modo.
Uma sociedade cujo sexo não é feito com responsabilidade.
A chamada cultura de instrumentalização.
Sem racionalidade de cognição.
Tomava banho
Na minha frente
Para sair com outro cara.
Cujo significado metafórico.
A substancialidade do desejo.
Porém nunca me importei
Com tais amantes.
Inútil o ciúme, pois o consumo sexual.
Na pós-contemporaneidade.
Não há responsabilidade, apenas consumir, para poder ser feliz.
O direito a liberdade.
Qual é o problema.
De um Jovem infantilizado.
Cujo instinto inspira a nova racionalidade.
Quando busca os corpos errantes.
Peitinhos e bundas assim.
O que via imagens naturais.
A essencialidade de toda atriz.
Representante da nova mulher.
A alegria do sexo.
Uma vida fugaz e temerária.
Tudo muito rápido, melhor o consumo imediato.
Edjar Dias de Vasconcelos.