SE CRER
Assim como a chuva de verão que vem sem avisar,
O mundo também escapa de suas mãos,
E agora nada mais parece justo,
Eram as promessas sonhos alados,
Mas a realidade covas sob os pés,
Caímos e parados olhamos se alguém nos avistou,
Sentado ainda sobre chão, a mão tremendo assustada,
E as lembranças são nevoeiros que levantam,
Intempestivamente nas noites de verão,
Bobagens, apenas alguma poeira,
Bagagens, que não iremos levar,
E se a inocência se perder como é que se volta a sonhar?
Onde os medos são portas fechadas,
Ainda que das janelas se vejam as flores crescendo,
Estamos anestesiados, estamos tão preocupados,
E vemos que tudo está a um sonho,
Abrir e fechar de olhos,
Um hoje está começando,
Se crer...
Assim como o sol volta a brilhar após a tempestade de verão,
O mundo também pode retornar,
Os dias nem sempre serão justos, mas a balança vai dosar,
Se os sonhos voam é poesia,
Por isso asas cortadas podem crescer,
Bobagens essas bagagens que fazem sofrer,
Vai ao destino, deixa o sol na pele e respira,
O quarto é uma prisão muito pequena,
E o mundo está do outro lado da porta,
E tudo está a um sonho,
Abrir e fechar de olhos,
Se crer.