Indefinido
Palavras escorrem de mim como a chuva que desliza pela janela
Não as contenho, não as seguro, apenas as observo cair
Gota por gota, letra por letra
Junto-as em minhas mãos, mas elas vazam, fogem, eu as deixo fluir
Me ajude a contar as palavras que caíram, eu não aguento mais ficar em silêncio
Me leve para ver o sol por trás da nuvens, eu só consigo ver a chuva
Ela desaba sobre mim como meus sentimentos, tudo cai, despenca, se esvai
Eu fecho as janelas, mas elas quebram com a força do vento
Minha mente é um redemoinho confuso
Uma câmera circular dando mil voltas em torno de qualquer coisa
Meus dedos falham em escolher com cuidado as palavras
Eu danço parada ao som de trovões nessa tempestade sem fim