FELINAMENTE
Há algo de essencial
No gato que passeia
Sobre o meu telhado.
No miado, algo visceral,
Carnal e tão necessário.
Há o espírito livre
Entregue ao vento
Sem medo de ser
O que precisa ser.
No seu silêncio
Vital na varanda
Vejo a solidão
Da existência
Naturalmente bela,
E sem tristezas
Como deveria ser.
Queria ser o gato
No gozo do ato
Da sua existência
Sobre o meu telhado.
A essencialidade do poeta
É estando preso encontrar
A liberdade nas palavras.
O poeta livre caminha
Sobre os telhados
Da livre imaginação.
E assim vive o poeta,
Preso pela vida
Livre pela poesia
E caminhando
Sobre os sobrados.