SÃO FRANCISCO
Cai o nosso pranto
No teu leito vazio
E as ondas de dores
E as nossas caretas
Afastam a sorte
Das velhas carrancas.
As matas que caem
Nas tuas marginais
E nas tuas fontes
Secam as esperanças
Dessa nobre gente
E a força que traga
As águas dos cânios
Esvai-se nas plantações
Como a fumaça branca
Que cai da Casca D’anta.
Como és forte!
Ó grande 'Opará'.
Do teu ventre
Oferece-nos o pacamã
E o gostoso curimatã
Matando a nossa fome
Ó grandioso rio-mar!
----
Opará = como os índios chamavam o velho chico. Significa rio-mar.
Pacamã, curimatã = alguns dos peixes do velho chico.
(Eu devia um poema ao velho Chico. Era um desejo, uma necessidade. Hoje durante uma sesta após o almoço acordei com o poema na mão.)