Trago
Foi de uma nuvem pálida
Que aos poucos reconheci
Dos céus o anil
A nuvem de um suspiro de um trago qualquer
Com os olhos fechados
A inspirar e espirar o vento
Que, como efêmero tal qual a vida
Meu cigarro lentamente apaga
Sei que o maior golpe dessa natureza já tão vanescida
É um sopro
Que me acorda
Me voa
E me leva até a vida
Não sinto esse tal de giro do mundo
Mas sei que gira
Como um lento pião sustentado
Pelo mínimo cajado
Ele cai
A gente gira, gira
E mesma vida que o vento soprou a nuvem
Fez do anil um céu
E do escurecer
Um velho réu