Trago

Foi de uma nuvem pálida

Que aos poucos reconheci

Dos céus o anil

A nuvem de um suspiro de um trago qualquer

Com os olhos fechados

A inspirar e espirar o vento

Que, como efêmero tal qual a vida

Meu cigarro lentamente apaga

Sei que o maior golpe dessa natureza já tão vanescida

É um sopro

Que me acorda

Me voa

E me leva até a vida

Não sinto esse tal de giro do mundo

Mas sei que gira

Como um lento pião sustentado

Pelo mínimo cajado

Ele cai

A gente gira, gira

E mesma vida que o vento soprou a nuvem

Fez do anil um céu

E do escurecer

Um velho réu

RNetto
Enviado por RNetto em 27/10/2017
Código do texto: T6154686
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