O CHEIRO DA LAMA

O CHEIRO DA LAMA

BETO MACHADO

Ah, essa Sociedade

Que finge não sentir o baque

Das ofensivas que o Poder lhe lança!

Dorme tranqüila,

Sem um contra ataque

A quem fuzila

Sua esperança.

E vão subindo as águas;

E vão seguindo os rios;

E não constroem-se barcos;

E não se fazem pontes,

A despeito de novas SAMARCOS

Despontarem firmes

Sob o horizonte.

Sem ter o dom dos arautos,

Pressinto o cheiro da lama

Cobrindo o chão desde o alto,

De onde vem a derrama,

Às planícies com asfalto,

Celebridades e fama.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 24/10/2017
Código do texto: T6151653
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