Passa o tempo
A razão ocupa as mãos, falta no coração
Permanece intacta a fé, noite em oração
Como senão soubesse, vale mais a ação
Podem chamar de loucos; será que são?
No olhar um brilho escondido, anagramas
Surgindo, brincadeira na terra, na grama
Alegria antiga, tão rara, simples, em rama
No saber mais sincero de quem tanto ama
Que escreve versos, mas, sem um discurso
Vai mudando de opinião, feito rio e o curso
Escreve como a receber abraço, não de urso
Assim, passa o tempo, acalma o vento e só.